HOSPEDARIA DE IMIGRANTES: ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO
Os serviços de alimentação e
alojamento eram intercalados com os de controle médico-sanitário, registro e
direcionamento ao trabalho. No que se refere aos serviços médicos, valem
destaque os serviços de higiene, nos quais eram realizados procedimentos básicos
como banho, desinfecção e troca de roupas, e a inspeção pelo serviço médico,
que avaliava com mais acuidade o estado de saúde do imigrante. No escritório
oficial de informação e colocação, eram apresentadas as oportunidades de
trabalho.
Entre a chegada, a inspeção
médica e a realização dos contratos de trabalho, o tempo ideal de permanência
era de dois dias. Esse trânsito pela Hospedaria pode ser visualizado com mais
detalhes no quadro a seguir.
Logo em sua entrada, havia
uma área dividida em dois compartimentos, destinados ao banho e a desinfecção
de roupas, por onde passava o imigrante quando chegava. Após esse procedimento,
os imigrantes eram vacinados e, depois de devidamente registrados, recebiam um
cartão para as refeições.
A permanência de imigrantes
e trabalhadores nacionais era condicionada também pela oferta de trabalho, pela
existência de problemas médico-sanitários ou pela disponibilidade de
transporte. De acordo com os registros da Hospedaria, o tempo médio de
permanência era de uma semana.
Ao chegar à Hospedaria, o
imigrante era encaminhado ao Salão de Chamadas onde, pelas listas e documentos
que o acompanhavam, fazia-se a verificação de seu nome, idade, profissão,
parentesco e constituição de família, e se estava ou não em condições de ser
aceito. Após o registro, ele recebia o cartão de rancho para refeições. Nele constavam:
o nome do vapor; nome e nacionalidade do imigrante; número de rações de
alimento a que tinha direito e, eventualmente, e/ou sua família, segundo as
respectivas idades.
O Regulamento Interno,
afixado em todas as dependências da Hospedaria e impresso em seis línguas,
determinava: O imigrante recém chegado teria direito à permanência na
hospedaria e a alimentação pelo período máximo de seis dias. Perderia esse
direito se recusasse a colocação oferecida pelos agentes oficiais.
Atravessando os oceanos em
porões superlotados, sob péssimas condições de higiene, numa época marcada por
grandes epidemias de varíola, tuberculose, tifo, cólera, entre outras, o
imigrante tinha na sua boa condição de saúde o cartão de entrada para uma nova
vida.
A Seção de Banhos era
constituída de 31 banheiros e estufa para desinfecção de roupas. Cada banheiro
com água quente e fria continha três compartimentos: um para o imigrante
despir-se, outro para tomar banho, e o último para vestir-se com a roupa
deixada no primeiro compartimento e desinfetada na estufa (autoclave) e
colocada no terceiro compartimento. O imigrante retirava-se por um corredor
independente, não entrando em contato com os que ainda não tivessem passado
pelo banho e pela desinfecção de roupas.
No pavimento térreo do
Edifício da Enfermaria funcionavam o consultório médico, a farmácia, a cozinha
e a rouparia. No pavimento superior estavam situados os três dormitórios, com
camas higiênicas de ferro esmaltado (vinte leitos). Atendia apenas a casos de
urgência; os doentes com maior gravidade eram removidos para a Santa Casa de
Misericórdia ou para o Hospital de Isolamento.
A Hospedaria contava com um
médico, um enfermeiro e uma parteira. O médico assistia à chegada dos
imigrantes, fazia visitas diárias ao alojamento, atendia de pronto aos chamados
extraordinários. Era exigido que o profissional tivesse telefone em sua
residência, zelasse pelas condições higiênicas do alojamento, e que tivesse
alguém que o substituísse se não pudesse comparecer, correndo por sua conta a
remuneração do substituto.
Ao enfermeiro cabia a
responsabilidade da enfermaria; recorrer à Farmácia do Estado, quando
necessário; prestar assistência constante aos doentes; requisitar a presença
médica quando necessário e organizar o Boletim do movimento da
enfermaria. A parteira, além de exercer suas funções, devia também servir
como enfermeira no compartimento das mulheres. Todos os membros da enfermaria
residiam na Hospedaria.
Artigo publicado pela
revista VEJA Recepção, triagem e
encaminhamento. Era este tripé que determinava a permanência dos imigrantes e
trabalhadores nacionais na Hospedaria e seu posterior encaminhamento para as
fazendas no interior do estado.
Os serviços de alimentação e
alojamento eram intercalados com os de controle médico-sanitário, registro e
direcionamento ao trabalho. No que se refere aos serviços médicos, valem
destaque os serviços de higiene, nos quais eram realizados procedimentos básicos
como banho, desinfecção e troca de roupas, e a inspeção pelo serviço médico,
que avaliava com mais acuidade o estado de saúde do imigrante. No escritório
oficial de informação e colocação, eram apresentadas as oportunidades de
trabalho.
Entre a chegada, a inspeção
médica e a realização dos contratos de trabalho, o tempo ideal de permanência
era de dois dias. Esse trânsito pela Hospedaria pode ser visualizado com mais
detalhes no quadro a seguir.
Logo em sua entrada, havia
uma área dividida em dois compartimentos, destinados ao banho e a desinfecção
de roupas, por onde passava o imigrante quando chegava. Após esse procedimento,
os imigrantes eram vacinados e, depois de devidamente registrados, recebiam um
cartão para as refeições.
A permanência de imigrantes
e trabalhadores nacionais era condicionada também pela oferta de trabalho, pela
existência de problemas médico-sanitários ou pela disponibilidade de
transporte. De acordo com os registros da Hospedaria, o tempo médio de
permanência era de uma semana.
Ao chegar à Hospedaria, o
imigrante era encaminhado ao Salão de Chamadas onde, pelas listas e documentos
que o acompanhavam, fazia-se a verificação de seu nome, idade, profissão,
parentesco e constituição de família, e se estava ou não em condições de ser
aceito. Após o registro, ele recebia o cartão de rancho para refeições. Nele constavam:
o nome do vapor; nome e nacionalidade do imigrante; número de rações de
alimento a que tinha direito e, eventualmente, e/ou sua família, segundo as
respectivas idades.
O Regulamento Interno,
afixado em todas as dependências da Hospedaria e impresso em seis línguas,
determinava: O imigrante recém chegado teria direito à permanência na
hospedaria e a alimentação pelo período máximo de seis dias. Perderia esse
direito se recusasse a colocação oferecida pelos agentes oficiais.
Atravessando os oceanos em
porões superlotados, sob péssimas condições de higiene, numa época marcada por
grandes epidemias de varíola, tuberculose, tifo, cólera, entre outras, o
imigrante tinha na sua boa condição de saúde o cartão de entrada para uma nova
vida.
A Seção de Banhos era
constituída de 31 banheiros e estufa para desinfecção de roupas. Cada banheiro
com água quente e fria continha três compartimentos: um para o imigrante
despir-se, outro para tomar banho, e o último para vestir-se com a roupa
deixada no primeiro compartimento e desinfetada na estufa (autoclave) e
colocada no terceiro compartimento. O imigrante retirava-se por um corredor
independente, não entrando em contato com os que ainda não tivessem passado
pelo banho e pela desinfecção de roupas.
No pavimento térreo do
Edifício da Enfermaria funcionavam o consultório médico, a farmácia, a cozinha
e a rouparia. No pavimento superior estavam situados os três dormitórios, com
camas higiênicas de ferro esmaltado (vinte leitos). Atendia apenas a casos de
urgência; os doentes com maior gravidade eram removidos para a Santa Casa de
Misericórdia ou para o Hospital de Isolamento.
A Hospedaria contava com um
médico, um enfermeiro e uma parteira. O médico assistia à chegada dos
imigrantes, fazia visitas diárias ao alojamento, atendia de pronto aos chamados
extraordinários. Era exigido que o profissional tivesse telefone em sua
residência, zelasse pelas condições higiênicas do alojamento, e que tivesse
alguém que o substituísse se não pudesse comparecer, correndo por sua conta a
remuneração do substituto.
Ao enfermeiro cabia a
responsabilidade da enfermaria; recorrer à Farmácia do Estado, quando
necessário; prestar assistência constante aos doentes; requisitar a presença
médica quando necessário e organizar o Boletim do movimento da
enfermaria. A parteira, além de exercer suas funções, devia também servir
como enfermeira no compartimento das mulheres. Todos os membros da enfermaria
residiam na Hospedaria.
Artigo publicado pela
revista VEJA