quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

HOSPEDARIA DE IMIGRANTES: ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO

HOSPEDARIA DE IMIGRANTES: ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO

Recepção, triagem e encaminhamento. Era este tripé que determinava a permanência dos imigrantes e trabalhadores nacionais na Hospedaria e seu posterior encaminhamento para as fazendas no interior do estado.
Os serviços de alimentação e alojamento eram intercalados com os de controle médico-sanitário, registro e direcionamento ao trabalho. No que se refere aos serviços médicos, valem destaque os serviços de higiene, nos quais eram realizados procedimentos básicos como banho, desinfecção e troca de roupas, e a inspeção pelo serviço médico, que avaliava com mais acuidade o estado de saúde do imigrante. No escritório oficial de informação e colocação, eram apresentadas as oportunidades de trabalho.
Entre a chegada, a inspeção médica e a realização dos contratos de trabalho, o tempo ideal de permanência era de dois dias. Esse trânsito pela Hospedaria pode ser visualizado com mais detalhes no quadro a seguir.
Logo em sua entrada, havia uma área dividida em dois compartimentos, destinados ao banho e a desinfecção de roupas, por onde passava o imigrante quando chegava. Após esse procedimento, os imigrantes eram vacinados e, depois de devidamente registrados, recebiam um cartão para as refeições.
A permanência de imigrantes e trabalhadores nacionais era condicionada também pela oferta de trabalho, pela existência de problemas médico-sanitários ou pela disponibilidade de transporte. De acordo com os registros da Hospedaria, o tempo médio de permanência era de uma semana.
Ao chegar à Hospedaria, o imigrante era encaminhado ao Salão de Chamadas onde, pelas listas e documentos que o acompanhavam, fazia-se a verificação de seu nome, idade, profissão, parentesco e constituição de família, e se estava ou não em condições de ser aceito. Após o registro, ele recebia o cartão de rancho para refeições. Nele constavam: o nome do vapor; nome e nacionalidade do imigrante; número de rações de alimento a que tinha direito e, eventualmente, e/ou sua família, segundo as respectivas idades.
O Regulamento Interno, afixado em todas as dependências da Hospedaria e impresso em seis línguas, determinava: O imigrante recém chegado teria direito à permanência na hospedaria e a alimentação pelo período máximo de seis dias. Perderia esse direito se recusasse a colocação oferecida pelos agentes oficiais.
Atravessando os oceanos em porões superlotados, sob péssimas condições de higiene, numa época marcada por grandes epidemias de varíola, tuberculose, tifo, cólera, entre outras, o imigrante tinha na sua boa condição de saúde o cartão de entrada para uma nova vida.
A Seção de Banhos era constituída de 31 banheiros e estufa para desinfecção de roupas. Cada banheiro com água quente e fria continha três compartimentos: um para o imigrante despir-se, outro para tomar banho, e o último para vestir-se com a roupa deixada no primeiro compartimento e desinfetada na estufa (autoclave) e colocada no terceiro compartimento. O imigrante retirava-se por um corredor independente, não entrando em contato com os que ainda não tivessem passado pelo banho e pela desinfecção de roupas.
No pavimento térreo do Edifício da Enfermaria funcionavam o consultório médico, a farmácia, a cozinha e a rouparia. No pavimento superior estavam situados os três dormitórios, com camas higiênicas de ferro esmaltado (vinte leitos). Atendia apenas a casos de urgência; os doentes com maior gravidade eram removidos para a Santa Casa de Misericórdia ou para o Hospital de Isolamento.
A Hospedaria contava com um médico, um enfermeiro e uma parteira. O médico assistia à chegada dos imigrantes, fazia visitas diárias ao alojamento, atendia de pronto aos chamados extraordinários. Era exigido que o profissional tivesse telefone em sua residência, zelasse pelas condições higiênicas do alojamento, e que tivesse alguém que o substituísse se não pudesse comparecer, correndo por sua conta a remuneração do substituto.
Ao enfermeiro cabia a responsabilidade da enfermaria; recorrer à Farmácia do Estado, quando necessário; prestar assistência constante aos doentes; requisitar a presença médica quando necessário e organizar o Boletim do movimento da enfermaria. A parteira, além de exercer suas funções, devia também servir como enfermeira no compartimento das mulheres. Todos os membros da enfermaria residiam na Hospedaria.


Artigo publicado pela revista VEJARecepção, triagem e encaminhamento. Era este tripé que determinava a permanência dos imigrantes e trabalhadores nacionais na Hospedaria e seu posterior encaminhamento para as fazendas no interior do estado.
Os serviços de alimentação e alojamento eram intercalados com os de controle médico-sanitário, registro e direcionamento ao trabalho. No que se refere aos serviços médicos, valem destaque os serviços de higiene, nos quais eram realizados procedimentos básicos como banho, desinfecção e troca de roupas, e a inspeção pelo serviço médico, que avaliava com mais acuidade o estado de saúde do imigrante. No escritório oficial de informação e colocação, eram apresentadas as oportunidades de trabalho.
Entre a chegada, a inspeção médica e a realização dos contratos de trabalho, o tempo ideal de permanência era de dois dias. Esse trânsito pela Hospedaria pode ser visualizado com mais detalhes no quadro a seguir.
Logo em sua entrada, havia uma área dividida em dois compartimentos, destinados ao banho e a desinfecção de roupas, por onde passava o imigrante quando chegava. Após esse procedimento, os imigrantes eram vacinados e, depois de devidamente registrados, recebiam um cartão para as refeições.
A permanência de imigrantes e trabalhadores nacionais era condicionada também pela oferta de trabalho, pela existência de problemas médico-sanitários ou pela disponibilidade de transporte. De acordo com os registros da Hospedaria, o tempo médio de permanência era de uma semana.
Ao chegar à Hospedaria, o imigrante era encaminhado ao Salão de Chamadas onde, pelas listas e documentos que o acompanhavam, fazia-se a verificação de seu nome, idade, profissão, parentesco e constituição de família, e se estava ou não em condições de ser aceito. Após o registro, ele recebia o cartão de rancho para refeições. Nele constavam: o nome do vapor; nome e nacionalidade do imigrante; número de rações de alimento a que tinha direito e, eventualmente, e/ou sua família, segundo as respectivas idades.
O Regulamento Interno, afixado em todas as dependências da Hospedaria e impresso em seis línguas, determinava: O imigrante recém chegado teria direito à permanência na hospedaria e a alimentação pelo período máximo de seis dias. Perderia esse direito se recusasse a colocação oferecida pelos agentes oficiais.
Atravessando os oceanos em porões superlotados, sob péssimas condições de higiene, numa época marcada por grandes epidemias de varíola, tuberculose, tifo, cólera, entre outras, o imigrante tinha na sua boa condição de saúde o cartão de entrada para uma nova vida.
A Seção de Banhos era constituída de 31 banheiros e estufa para desinfecção de roupas. Cada banheiro com água quente e fria continha três compartimentos: um para o imigrante despir-se, outro para tomar banho, e o último para vestir-se com a roupa deixada no primeiro compartimento e desinfetada na estufa (autoclave) e colocada no terceiro compartimento. O imigrante retirava-se por um corredor independente, não entrando em contato com os que ainda não tivessem passado pelo banho e pela desinfecção de roupas.
No pavimento térreo do Edifício da Enfermaria funcionavam o consultório médico, a farmácia, a cozinha e a rouparia. No pavimento superior estavam situados os três dormitórios, com camas higiênicas de ferro esmaltado (vinte leitos). Atendia apenas a casos de urgência; os doentes com maior gravidade eram removidos para a Santa Casa de Misericórdia ou para o Hospital de Isolamento.
A Hospedaria contava com um médico, um enfermeiro e uma parteira. O médico assistia à chegada dos imigrantes, fazia visitas diárias ao alojamento, atendia de pronto aos chamados extraordinários. Era exigido que o profissional tivesse telefone em sua residência, zelasse pelas condições higiênicas do alojamento, e que tivesse alguém que o substituísse se não pudesse comparecer, correndo por sua conta a remuneração do substituto.
Ao enfermeiro cabia a responsabilidade da enfermaria; recorrer à Farmácia do Estado, quando necessário; prestar assistência constante aos doentes; requisitar a presença médica quando necessário e organizar o Boletim do movimento da enfermaria. A parteira, além de exercer suas funções, devia também servir como enfermeira no compartimento das mulheres. Todos os membros da enfermaria residiam na Hospedaria.

Artigo publicado pela revista VEJA