Quando os vapores Espagne e Aquitaine deixaram os portos espanhóis
e atracaram em costa Brasileira, no início do século, trazendo os Acosta Lopez,
em 1905, e, os Blasquez Aparício, em 1912, parte da história da minha família
estava sendo escrita pelo destino. Os demais capítulos foram ditados pelas
famílias Sandrini, Astorino, Brumatto, Bizzotto e Giovanini.O
tronco italiano da grande árvore que forma minha ascendência familiar foi
trazido pelos vapores Fortunata Raggio, em 1896, onde estava meu tetravô, Angelo
Sandrini. O Vapor Arno trouxe meu trisavô materno, Giuseppe Astorino, em 1884.
O vapor Adria atracou no Brasil em 1891 e trouxe meu trisavô materno, Giuseppe
Brumatto. Meu tetravô paterno, Giovani Paolo Giovanini, chegou no Brasil pelo
vapor Aquitaine, em 1897, e, finalmente, meu tetravô paterno, Giovanni Bizzoto,
veio pelo Vapor Colombo. Com exceção de Giovanni Paolo e Giovanni Bizzoto,
encaminhados para a hospedaria mineira de imigração, porque chegaram pelo porto
do Rio de Janeiro, todos os demais foram encaminhados para a hospedaria
paulista de imigração, porque chegaram pelo porto de Santos, conforme registros
oficiais. Após alguns dias de hospedagem em São Paulo meus parentes foram
encaminhados às fazendas que contratavam imigrantes para o trabalho no campo,
especialmente nas lavouras de café, uma vez que o estado de São Paulo
concentrava a maior parte das fazendas de café e, por isso, recebeu 70% de
todos os imigrantes italianos que vieram para o Brasil. Começa assim a
construção da árvore genealógica de minha família. Antes desses valorosos
imigrantes, que deixaram sua terra natal, para ajudar na construção do Brasil,
nada mais sei. Sei apenas que na cidade de Lagartera, próxima de Toledo na
Espanha, e em Catanzaro, Trieste, Verona, Nápoles e Veneto, na Itália, viveram
os que os antecederam, meus antepassados mais remotos, bem como ainda lá vivem
outros parentes, descendentes daqueles que optaram por permanecer em solo
europeu.